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indicações e complicações DE PICC



indicações

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As principais indicações para a escolha do PICC como dispositivo intravascular incluem:
  • terapias intravenosas de duração prolongada (acima de uma semana)
  • administração de nutrição parenteral com concentração de dextrose maior que 10%
  • infusão de medicamentos vesicantes

contra- indicacoes

2009-11-14 03:40

contra-indicações

As contra-indicações ao uso deste dispositivo incluem administração de grandes volumes em bolo, lesões cutâneas ou infecção no local da inserção, retorno venoso prejudicado, situações de emergência, trombose venosa, coleta de sangue com cateteres de diâmetro menor que 3.8 Fr, hemodiálise.

complicacoes locais

As complicações locais associadas ao PICC abrangem as flebite, a infecção local e a trombose.
Entende-se por Flebite como sendo a inflamação das células endoteliais da parede venosa por fatores mecânicos, químicos ou infecciosos. É uma complicação que pode prolongar a hospitalização, caso não seja tratada precocemente, e cuja incidência varia entre 5 e 26% nos PICCs. Essa taxa é considerada baixa, se comparada àquela verificada nos cateteres periféricos, cuja incidência é de 65%. A flebite mecânica é a complicação mais observada com PICC, ocorrendo em resposta a um trauma durante a inserção, retirada ou movimentação do dispositivo no interior do vaso, e torna-se evidente de 48 a 72 horas após a inserção ou retirada do dispositivo.
A flebite química decorre de infusões que agridem a parede da veia e está diretamente relacionada à infusão de soluções ou medicamentos irritantes diluídos de modo inadequado ou à mistura de medicamentos incompatíveis, infusão muito rápida e presença de pequenas partículas na solução. É raro ocorrer este tipo de flebite com o uso de um cateter venoso central (CVC), pois a extremidade deste dispositivo termina em uma grande veia e a infusão é rapidamente diluída pelo volume de sangue contido nestes vasos, mas pode ocorrer se a ponta do cateter estiver malposicionada, em veias com menor fluxo sangüíneo.
A flebite infecciosa é a inflamação da parede interna da veia associada à infecção por microrganismos. Os fatores que contribuem para o seu desenvolvimento incluem técnica asséptica inadequada durante a inserção ou manutenção do cateter, falha na detecção de quebras na integridade do dispositivo, fixação ineficaz do cateter e falha na avaliação do local de inserção.
Dentre os fatores que reduzem a ocorrência de flebite inclui-se a utilização do cateter 3 Fr, a inserção pela veia basílica, o posicionamento da ponta do cateter na veia cava superior,  pouca movimentação durante a introdução do dispositivo, adequada fixação do PICC para evitar retração na veia e monitorização dos pacientes com baixos níveis de plaquetas, uma vez que essa população é mais susceptível a esse tipo de complicação. A infecção, cuja incidência varia entre 2 e 3%, pode estar relacionada à contaminação microbiana da infusão ou do cateter, sendo esta a fonte mais comum das infecções locais. Se o paciente apresentar febre, deve ser investigada sepse relacionada ao cateter. A infecção pode ser prevenida por meio de técnica asséptica durante a inserção e manutenção do cateter e pela observância das orientações estabelecidas pela INS ou pelo Centers for Disease Control for the Prevention (CDC) quanto ao tempo de duração da infusão, tempo de permanência do cateter e critério de troca de equipo. As formas de aquisição de microrganismos na ponta do cateter são relacionadas a punção, colonização da pele a partir
de soluções contaminadas, mau funcionamento da entrada de ar no filtro e entrada de microrganismos no sistema pelas conexões do cateter ou acessórios. É importante orientar os pacientes e cuidadores quanto às manifestações clínicas de infecção e comunicá-las
à equipe de saúde. A trombose é causada pela aderência de plaquetas e fibrinas que obstruem o cateter e o lúmen do vaso. Na prática, alguns fatores que podem levar à formação do coágulo incluem traumas nas células endoteliais da parede venosa; interrupção da terapia por tempo prolongado, refluxo de sangue pelo cateter,velocidade lenta de infusão e estados de hipercoagulopatias causados por câncer ou diabetes. A incidência de trombose venosa relacionada ao PICC varia de 4 a 38%. Allen et al.(16) constataram que 57% das tromboses ocorreram na veia cefálica. As possíveis razões para esta incidência foram o menor diâmetro da veia cefálica quando comparada à basílica, o aumento da lesão endotelial ao acessar uma veia de menor calibre e o fato de a veia cefálica ser tortuosa na parte superior do braço, dificultando a passagem do catéter.

complicacoes sistemicas

As complicações sistêmicas associadas à terapia com o uso do PICC incluem sepse, embolia gasosa e embolia por cateter.
A sepse ocorre quando os microrganismos migram para a corrente sangüínea, e pode colocar a vida do paciente em risco. A incidência de sepse relacionada ao PICC varia entre 2 e 21%. . Os fatores associados a este tipo de complicação incluem técnica asséptica inadequada, utilização de materiais contaminados, cateteres de múltiplos lumens, excessiva manipulação do dispositivo, maior tempo de duração da terapia, susceptibilidade do paciente e doenças de base. A nutrição parenteral é um fator adicional ao desenvolvimento de sepse, pois a parede do intestino se torna deficiente, propiciando a migração de microrganismos. A sepse relacionada ao PICC é baixa quando comparada à de outros CVCs, devendo-se, provavelmente, à baixa concentração de bactérias do braço se comparado com o tórax.
Há relatos de que os sítios periféricos têm entre 50 e 100 colônias formadas de bactérias por 10cm2 de pele, e 1000 a 10.000 colônias formadas de bactérias por cm2 de pele do pescoço e tórax. Assim o PICC tem demonstrado resultados satisfatórios para a terapia, embora seu custo financeiro seja mais elevado. A técnica asséptica e o treinamento dos profissionais envolvidos na assistência são imprescindíveis para evitar a sepse. Outros fatores - como a retirada do dispositivo após o termino da terapia, o uso de filtros antibacteriana durante a infusão, a minimização do tempo da terapia com nutrição parenteral, o estabelecimento de uma conexão permanente para administrar o medicamento, o uso de adaptadores que permitem o acesso sem a abertura do cateter e o sitio de inserção ocluído com curativo estéril - são medidas que devem ser implementadas para reduzir a incidência da sepse. O tratamento desta complicação inclui a remoção do dispositivo e antibioticoterapia sistêmica.
A embolia por cateter ocorre quando uma parte do cateter se quebra e desloca-se para a circulação sistêmica. Ele pode migrar para o tórax e alojar-se na artéria pulmonar ou no ventrículo direito, causando embolia pulmonar, disritmia cardíaca, septicemia, endocardite, trombose e até mesmo a morte. Na maioria dos casos o fragmento alojou-se na artéria pulmonar, e em apenas um no átrio direito. Para evitar esta complicação não se deve utilizar força ao lavar o cateter ou ao retirá-lo; ele deve ser fixado adequadamente e, em caso de suspeita de embolia por cateter, deve-se aplicar um torniquete para ocluir o vaso e encaminhar o paciente à radiografia para observar a posição do êmbolo. A embolia gasosa é uma complicação letal e rara com PICC, pois o local de inserção do cateter fica abaixo do nível do coração, o que ajuda a manter a pressão adequada dentro do sistema. As causas desta complicação incluem presença de ar no equipo, desconexões no sistema de infusão, frasco de solução vazio e técnica inadequada na realização de trocas de curativo e punção em acessos centrais.